Foi na edição de 2015 do Trail
Vicentino que decidi fazer a minha estreia neste género de corridas. Tal como
tinha documentado, a corrida de trail desde dessa data ganhara mais um adepto e
sempre que posso troco as competições de corta mato e estrada, por uma “brincadeira”
destas.
Este ano, voltei a repetir a
proeza e através da equipa Delta Cafés realizei a distância dos 21km (o gps
marca mais 2 ou 3km…) apesar da preparação não ter sido muito bem feita.
Juntamente com os meus colegas de
trabalho, Luis Gaião e Pedro Esquetim rumámos à capital de distrito numa manhã em
que pelo estado do tempo, adivinhava-se bastante complicada.
Após termos recolhido os dorsais
e os excelentes brindes, toca a equipar e fazer a devida preparação para a
prova. Uns passos de zumba deu para descontrair e para tentar esquecer como o
tempo estava lá fora…e lá em cima na Serra.
Em relação à prova, os meus
primeiros km’s foram feitos na companhia do Pedro, ele que queria realizar toda
a competição comigo, mas lá o convenci a ir mais rápido pois não o queria fazer
perder tempo e sabia que ele estava mais bem preparado. A constipação que
apareceu nos últimos dias, e uma má disposição gástrica fez me sentir mal
disposto e cheguei a pensar em não terminar o trail.
Entretanto lá me comecei a
divertir e ao meu ritmo calmo, os km’s foram passando. Continuo a ter muito
medo nos locais técnicos e o meu peso atrapalham um pouco nessas partes, mas já
tinha na mente que iria encontrar partes difíceis de superar, apesar do circuito ser diferente do que enfrentei em 2015.
As primeiras passagens por água
até foram engraçadas, mas à medida que a prova decorria e o cansaço aparecia, a
lama e água já não tinham graça nenhuma.
Pelo meio recebi um telefonema da
minha esposa, a informar que estava a ver um teatro… e a perguntar como eu estava.
Na altura estava cansado psicologicamente, molhado e com algum frio lá em cima,
mas depois o telefone foi parar as mãos da Yara (filhota 5 anos) que disse :” Pai,
estamos à tua espera a ver os senhores a correr… Estou preocupada contigo! Onde
estás?”
Continuei então sempre acompanhado por um
rapaz da zona de Beja, e decidimos fazer a prova até ao fim juntos, pois ele
também tal como eu está mais virado para as corridas de estrada e corta mato
e já se encontrava em dificuldades.
Na lama escorreguei duas vezes e
cai, mas com o apoio dos participantes que existe no Trail e de toda a organização e população ajudaram me a ganhar força e terminar a aventura.
Concluíram a prova dos 21km 479
atletas, e após 4h 45m 11 segundos terminei em 435º.
Todos estamos de
parabéns, pois pessoas que enfrentaram a serra naquela manhã, naquelas terríveis
condições, são todas vencedoras!
Resta me mais uma vez, agradecer
a toda a organização Vicentina: vocês são 5 estrelas, com todo o apoio,
preocupação, organização, enfim... Tudo porreiro. Admiro imenso o vosso
trabalho.
Como não há duas sem três…para
2017 estarei lá outra vez… serei realmente louco?